Quem foi Everilda

Everilda Batista, mineira da cidade de Ataleia, mãe do médium Robson Pinheiro, empresta seu nome à casa que acolhe dezenas de voluntários, centenas de frequentadores, inúmeros corações de encarnados e desencarnados que trabalham incentivados pelo seu coração: “Não se canses de amar, não se canse de servir”.

Everilda desencarnou em 1988. Continua suas atividades no plano espiritual, abraçando a família da Sociedade Espírita Everilda Batista, fundada em 22/11/92. A força, a alegria e a determinação dessa mulher do interior de Minas estão presentes nos trabalhos desenvolvidos na Casa de Everilda. Em 1998, escreveu, através do filho, o livro Caravana de luz.

Saiba mais sobre ela no livro Os espíritos em minha vida, de Robson Pinheiro, publicado pela Casa dos Espíritos Editora . Nessa obra, seu filho Robson narra este interessante caso, entre tantos outros, que ilustram a personalidade singular de sua mãe.

Everilda Batista

Histórias

flyerAnexo11“Quando começou a se popularizar a geladeira no Brasil, era algo bem mais caro do que podíamos comprar. Everilda Batista jamais recebeu sequer um salário mínimo em seu emprego na rede estadual de ensino. Na época, a economia não tinha tanta instabilidade e não havia inflação como na era Sarney, por exemplo, em que fomos dos cruzeiros aos cruzados, cruzados novos e cruzeiros novos em meia dúzia de anos. Mas também não havia a oferta de crédito e a facilidade em parcelar as compras da Era Real, o que encoraja mesmo a população de baixa renda a adquirir bens que, de outra forma, dificilmente teria.

De repente, chega Everilda em casa com fôrmas de gelo. No início, muitos acharam que era piada. Revelados seus planos, ela foi motivo de escárnio, principalmente da parte de meu pai, que disse: — Você é pobre! Deixa de ser metida a besta! Até parece que vai conseguir comprar uma geladeira. E você nem tem geladeira e começa a comprar fôrmas de gelo… Pra quê? — Não tenho, mas vou ter. E, pra não deixar minha mente sossegar enquanto não realizar esse sonho, vou comprar todo mês alguma peça da geladeira — respondeu, serenamente, sem se deixar abater. E assim ela fez. Garrafas, bandejas, gavetas passaram a povoar nossa casa, uma a uma, bem à vista de todos. Na época, geladeiras eram vendidas quase vazias, sem peças internas, adquiridas separadamente. Ao contrário do que ocorre hoje, até mesmo gavetas e porta-ovos tinham de ser comprados à parte. Ela continuou: — Vai chegar uma hora que terei tantas coisas de geladeira que não haverá onde mais guardá-las, a não ser numa geladeira.

Claro que não era só isso; de nada adiantaria sua estratégia sem a devida poupança, sem a disciplina da economia. É curioso reparar, no entanto, que ela na verdade fazia uso de uma técnica sofisticada para não deixar a mente se desligar do objetivo traçado, ao mesmo tempo em que construía e alimentava sem cessar seu modelo mental — no caso, a geladeira. A iniciativa tem amplo amparo nas modernas teorias enunciadas pela programação neurolinguística. Em suma, é um mecanismo que reforça a motivação e lhe permitiu conquistar, passo a passo, sua geladeira. Dividir para conquistar: o princípio de estratégia não se aplica somente à guerra; tem a ver sobretudo com vencer obstáculos por meio do fortalecimento da vontade.”.